Avaliação da Contaminação de Escovas Dentais Utilizadas por Escolares da Cidade de Montes Claros
et al.,et al., 2002) [2].Entamoeba coli em 2 amostras de escovas dentais e na pública 5 escovas dentais encontraram-seEntamoeba histolyticaAscaris lumbricóides. O resultado das análises não apresentou diferença significativa quanto ao índice deet al. (2002) [4], as parasitoses constituem um problema de saúde pública que abarca essencialmenteet al. (2005) [5] avaliando se creches são ambientes protetores ou propiciadores de, Entamoeba histolytica, Entamoeba coli, Ancilostomideos, Ascaris lumbricoides, Enterobius, Strongyloides stercoralis, e Taenia sp (LIMA; COTRIN, 2004) [6].et al. (2001)[7] observou 57,5% de positividade para enteroparasitos em exames coproparasitológicoset al. (1999) [8] pesquisando freqüências diferentes deet al. (1999) [8] mostram que entre a creche pública e a particular houve diferença significativaet al. (2002)[2] que analisou contaminação deet al., 2006) [9] ficando assim expostos aos perigos das infecções.et al., 2006; GONDRA, 2000)[9,10]. As formas de contaminação de escovas dentais têm sido mundialmenteet al. Pediatria básica. Tomo II.. 9 ed. São Paulo: Savier, 2003.( Cap. 5).Revista do Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais. V. 8. n.Epidemiologia e Saúde. 6 ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003.(Capítulo 13).. Prevalência de enteroparasitoses em crianças de um bairro deRevista UNOPAR Científica: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 4, n. 1, p. 55-59, out. 2002.et al. Creche: ambiente expositor ou protetor nas infestações por parasitas intestinais em Aracaju, SE. Revista da Sociedade. v. 38, n. 3, 2005. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-Revista Médica, v. 36. n. 4. p. 231-232, 2004.Revista do Instituto Adolfo Lutz, v. 60. n. 2. p. 97-101, 2001.Rev. Soc. Bras. Med. Trop.,e sua Desinfecção. Revista Ibero-americana Odontopediatria Odontol Bebê. v. 9. n. 48. p. 132-140, 2006.Educação e Pesquisa. São Paulo. v. 26. n. 01. p. 99-117. jan/jun, 2000.
Sarah Christina Carvalho Batista, Rafael Guedes Maciel, Michelle da Silva e Carvalho,
Liliane Campos Machado, Ana Tereza Silva e Diogo (carvalho.sarah@yahoo.com.br)
Introdução
Constituindo um grave problema médico e de saúde pública, as enteroparasitoses compõem-se como
importante causa de morbidade humana, provocando patogenias quase sempre negligenciadas com sintomas e sinais
clínicos inespecíficos e danos representativos principalmente em crianças (BRESOLIN; ZUCCOLOTTO, 2003) [1] sua
forma de transmissão está associada principalmente à contaminação oro - fecal, resultante de maus hábitos de higiene e
saneamento básico precário.
Cistos de protozoários e ovos de helmintos se tornam onipresentes pela sua facilidade de veiculação e condição
microscópica, assim, podem ser carreados através de objetos utilizados na rotina da população (SILVEIRA
2002)[2] como é o caso da escova dental que é um instrumento mundialmente utilizado e de fundamental importância
na manutenção da saúde bucal.
Estudos mostram que escovas dentais inadequadamente higienizadas e acondicionadas, podem se tornar
contaminadas pelos mais diferentes tipos de microorganismos como bactérias, fungos, vírus e parasitas, servindo de
veículo de transmissão de agentes com os mais diferentes níveis de patogenicidade. Isto faz dela uma inimiga, já que, a
partir disso, assume o papel de veículo/vetor na inoculação de enteroparasitos pelos seres humanos.
Neste sentido, partindo do pressuposto que escovas dentais podem transmitir enteroparasitos para os seres
humanos através de infecção cruzada e que o nível sócio-econômico atua como variante no que diz respeito ao índice de
contaminação por enteroparasitos nas escovas dentais, a pesquisa avaliou a escova dental como possível reservatório
para enteroparasitos causadores de doenças, o que é de fundamental importância, pois, uma vez contaminada ela pode
servir como veículo para infecção e re-infecção principalmente em crianças, onde o quadro se agrava devido a sua
imunidade não estar completamente formada. Outro fator avaliado na pesquisa é a existência de relação entre a classe
sócio-econômica das crianças das creches e a contaminação de suas respectivas escovas dentais estabelecendo
comparação através da quantidade de escovas dentais de cada escola que apresentaram contaminação, já que é um fato
no que diz respeito à infecção parasitária diretamente em crianças, sendo que normalmente as de nível sócio-econômico
menor apresentam maior incidência.
Materiais e método
Foram selecionadas duas escolas, sendo uma privada de localização nobre na cidade de Montes Claros-MG,
onde se estima comportar alunos de alto nível sócio-econômico e uma pública de localização periférica na mesma
cidade onde se presume comportar alunos de nível sócio-econômico baixo.
Da quantidade de alunos existentes em cada escola, foram utilizados como universo, os alunos com idade
entre 1 e 4 anos, por ser uma idade em que nas crianças o processo de formação natural das defesas imunitárias não está
consolidado (ROQUAYROL; BARRETO, 2003) [3] ficando sua defesa insuficiente para resistir à agressividade do
meio que a circunda, além de que, por estarem em processo de socialização, em creches e jardins de infância, ficam
mais expostas as parasitoses .
Foi selecionado para a amostra um total de 80 alunos, 30 de escola privada e 50 de escola pública, que perfaz o
percentual de 20% do universo em cada uma das escolas.
Num período de três dias, foram coletadas as escovas dentais utilizadas pelos alunos e, aqueles que
participaram da pesquisa cedendo sua escova dental, receberam uma escova dental nova e de qualidade compatível com
a doada. É importante salientar que as crianças não tiveram conhecimento do destino que as escovas dentais teriam na
pesquisa e que seus pais foram orientados a fim de prevenir indução de resultados tanto pelas crianças como por eles
próprios.
As escovas dentais foram coletadas e encaminhadas para a análise em laboratório, em embalagens plásticas
individuais limpas e secas e submetidas à metodologia de análise parasitológica de escovas dentais baseada em pesquisa
realizada por (SILVEIRA
No laboratório cada escova dental foi imersa em 12 ml de solução de soro fisiológico e agitadas vigorosamente
durante um minuto para que os parasitos se desprendessem das cerdas da mesma. As amostras foram colocadas em tubo
cônico e então submetidas à centrifugação a 3000 rpm por 10 min. Após desprezar o sobrenadante, o sedimento foi
analisado ao microscópio entre lâmina e lamínula para pesquisa de cistos de protozoários e ovos de helmintos.
Resultados e discussão
Foi analisado um total de 80 escovas dentais, das quais 30 pertenciam a crianças matriculadas em creche
privada, e 50 pertenciam a crianças matriculadas em creche pública. Na creche privada detectou-se a presença de
contaminação por
contaminadas por enteroparasitos, das quais 2 amostras apresentaram contaminação por cisto de
e 3 por ovo de
contaminação de uma creche para a outra, uma vez que o esperado era que as escovas dentais das crianças da creche
pública apresentassem índice de contaminação consideravelmente maior tendo em vista que normalmente em creches
públicas a densidade populacional é geralmente maior, o que favorece um maior contato íntimo e facilita a
contaminação interpessoal de criança a criança, dificultando ainda para as professoras, supervisão efetiva de seus alunos
para realização das medidas básicas de higiene que propõem um ambiente de convívio saudável e seguro. Além disso,
segundo Márquez
populações de baixo nível sócio-econômico, onde as condições de higiene e moradia são normalmente insatisfatórias.
Isso pode ser observado em alguns estudos que analisaram o índice de parasitoses em crianças de baixa renda.
Estudo realizado por Gurgel
infestação intestinal através exame coproparasitológico de crianças de creche e grupo controle constatou que a creche
correlaciona-se à maior prevalência de parasitoses (63% x 41,4 %), com risco de infestação 1,5 vezes maior.
Estudo verificando a prevalência de enteroparasitoses em escolares da rede pública de Carneirinho constatou
um percentual de amostras positivas de 55,73% e de negativas, 44,27%.Os resultados mostraram a ocorrência de
Giárdia lamblia
vermicularis
Uchôa
realizados em amostras de fezes de 218 crianças de creche comunitária de Niterói/RJ e ainda sugeriu que este alto
índice ocorre em função de transmissão pelo contato íntimo entre as crianças, contaminação ambiental ou mesmo por
ingestão de alimentos e/ou água contaminada. Machado
parasitoses intestinais (Giardíase e Helmintíases) em crianças de creches e escolas públicas e privadas pôde observar
que nas instituições públicas as freqüências de giardíase foram maiores que nas instituições privadas, já as freqüências
de helmintíases foram semelhantes entre as creches, porém maiores na escola pública em relação a particular, os
resultados de Machado
quanto ao índice de contaminação das crianças no total. Na creche pública este índice foi de 61,1%, enquanto que na
creche particular o índice foi de 9,7%.
Neste sentido, de acordo com o presente estudo, pôde-se perceber que a contaminação das escovas dentais das
crianças de ambas as creches por enteroparasitos não teve uma relação representativa com o nível sócio-econômico das
mesmas, o contrário do que acontece no que diz respeito à prevalência de contaminação direta por enteroparasitos em
crianças, onde, nas de nível sócio-econômico baixo as parasitoses são mais prevalentes.
Levando em consideração o índice de contaminação das escovas dentais como amostra total (privada e pública)
por enteroparasitos encontrou-se resultado semelhante ao de Silveira
escovas dentais por coliformes fecais e parasitas intestinais a fim de testar a eficiência de um porta escovas e encontrou
em uma amostra de 54 escovas dentais índice de contaminação por parasitas intestinais de 5,55%, enquanto que o
resultado da presente pesquisa apresentou o percentual de 8,75% de contaminação por enteroparasitos em 80 amostras
de escovas dentais (amostras contaminadas da creche pública e da privada).
Provavelmente por motivos culturais, ou por desinformação, profissionais da área da saúde e indivíduos leigos
ainda não estão habituados a considerar as escovas dentais como um instrumento de higiene que deva ser cuidado com
muito zelo (JUNIOR
A escova dental tem um papel indiscutível na prevenção e manutenção da saúde bucal, e que seu uso para a
higienização bucal faz parte dos hábitos da sociedade apesar da indisposição generalizada da mesma em assimilar novos
hábitos, o que caracteriza considerável obstáculo na tentativa de incorporar a sociedade hábitos corretos de higiene
(JUNIOR
reconhecidas , restando a cada indivíduo conscientização dos perigos a que podem estar sujeitos ao demonstrarem
resistência em adquirir hábitos de higiene em relação a sua escova dental. Políticas públicas seriam de grande valia
através de projetos de educação em saúde que atendam as comunidades mais carentes que têm menos acesso a
informação.
Conclusão
As escovas dentais das crianças em ambas as creches apresentaram contaminação por enteroparasitos.O fator
social e econômico não agiu como variante, refutando a nossa hipótese de que assim como acontece com o índice de
parasitoses diretamente em crianças onde a prevalência maior está naquelas de nível sócio-econômico menor, o mesmo
aconteceria no que diz respeito à contaminação de escovas dentais por enteroparasitos.
Sugere-se maiores pesquisas desta natureza, pois se mostram importantes, já que, uma vez contaminadas por
enteroparasitos, as escovas dentais podem servir de reservatório para os mesmos sendo um perigo na transmissão ou reinfecção
destes microorganismos causadores de doenças.
REFERÊNCIAS
[1] BRESOLIN, Ana Maria Bara; ZUCCOLOTTO, Sandra Maria Callioli. Parasitoses Intestinais. In: MARCONDES, Eduardo
Pediatria Clínica Geral
[2] SILVEIRA, Cristian Silva ; SEMAAN, Felipe Silva ; MACIEL, Edson Vitor; CHAVASCO, J. K. ; . Avaliação da Eficiência do Porta Escovas na Prevenção
da Contaminação de Escovas Dentais por Coliformes Fecais e Parasitas Intestinais.
1. p. 65-8, 2002.
[3] ROQUAYROL, Maria Zélia; BARRETO, Maurício. Abordagem Descritiva em Epidemiologia. In: ROQUAYROL, Maria Zélia; FILHO, Naomar de
Oliveira..
[4] MARQUEZ, A. S.; MARQUEZ, A. S.; HASENACK, B. S.; TRAPP, E. H; GUILHERME, R. L
baixa renda de Londrina – Paraná.
[5] GURGEL, Ricardo Queiroz
Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba
86822005000300014&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 23 Out 2007.
[6] LIMA, Gilmar Machado; COTRIN, Gonçalo de Souza. Enteroparasitoses: prevalência nos alunos da Escola Estadual de Carneirinho – MG.
da Aeronáutica do Brasil
[7] UCHÔA, Cláudia M. A; LOBO, Alexandre G. B; BASTOS, Otílio M. P; MATOS, Alexandre D. Parasitoses intestinais: prevalência em creches comunitárias
da cidade de Niterói, Rio de Janeiro – Brasil.
[8] MACHADO, Renato Carlos, MARCARI; Euzélia Lidubino, CRISTANTE; Siamar de Fátima Vechiato; CARARETO;Cláudia Márcia Aparecida . Giardíase e
helmintíases em crianças de creches e escolas de 1° e 2° graus (públicas e privadas) da cidade de Mirassol (SP, Brasil).
Uberaba, v. 32, n. 6, dez. 1999 . Disponível em <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86821999000600013&lng=pt&nrm=iso>.
acessos em15 jul. 2009. doi: 10.1590/S0037-86821999000600013.
[9] CHIBEBE JUNIOR, José; REGO, Marcos Augusto do; MELLO, José Benedicto de; JORGE, Antonio Olavo Cardoso. Contaminação de Escovas Dentais por
Streptococcus Pyogenes
[10] GONDRA, J.G. A sementeira do porvir: higiene e infância no século XIX.